Cristiane Ribeiro
Repórter da Agência Brasil

Rio - A produção industrial brasileira caiu 0,4% em outubro, na comparação com setembro. Foi a segunda queda consecutiva depois de seis meses de alta e o pior resultado desde fevereiro deste ano. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

De acordo com o coordenador de Indústria do IBGE, Sílvio Salles, o recuo de setembro para outubro não significa reversão, mas uma acomodação do ritmo da atividade. "Não há motivo para pensar que a produção industrial vai retroceder, pois outros indicadores da indústria, como emprego, folha salarial e capacidade instalada, estão em alta. Foi apenas uma acomodação de atividades que se expandiram muito de fevereiro a agosto", explicou.

A queda foi mais acentuada no segmento de bens de consumo duráveis, como automóveis e eletrodomésticos, cujas vendas dependem diretamente das condições de crédito e da taxa de juros. Salles destacou, no entanto, que "ainda é cedo para avaliar se a desaceleração dessas atividades está relacionada com o aumento da taxa de juros".

Na comparação com outubro do ano passado, a produção industrial cresceu 2,7%. No acumulado do ano, o aumento refletiu o desempenho positivo em 26 das 27 atividades pesquisadas. O segmento de edição e impressão foi o único que apresentou queda na produção. A principal contribuição positiva continuou a ser de veículos automotores.