Lílian de Macedo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A Polícia Federal prendeu, nesta quinta-feira, um delegado da Polícia Civil do Espírito Santo, dois policiais militares e dois policiais civis do Rio de Janeiro na operação Cavalo de Aço. Ao todo, 33 pessoas foram presas. Elas são acusadas de roubo de cargas, de veículos, de caixas eletrônicos, corrupção ativa e passiva e porte ilegal de armas. Além desses crimes, há também a acusação de homicídio e tráfico de drogas. O prejuízo causado pela quadrilha é estimado em oitocentos milhões de reais.
De acordo com o superintendente regional da Polícia Federal do Espírito Santo, Geraldo Dias, a operação cumpriu o objetivo de desarticular a quadrilha especializada em roubo de cargas, veículos e adulteração de documentos de caminhões roubados. "Para obter êxito, a organização criminosa contava com a participação de policiais na adulteração de documentos, na pseudo-fiscalização dos caminhões roubados ou furtados e na facilitação da libertação de possíveis integrantes da quadrilha presos", explica.
A Policia Federal investiga o grupo há seis meses, por meio de escutas telefônicas autorizadas pela Justiça. As investigações indicam que os crimes ocorriam de maneira coordenada no Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Bahia há vários anos.
"Nós tiramos de circulação uma das maiores quadrilhas que tem por objetivo o roubo de cargas e caminhões do País", assegura o superintendente. A PF e a Polícia Rodoviária Federal apreenderam, também, três caminhões com mercadorias roubadas, contendo material de informática, tecidos, pneus e alimentos.
A operação, que começou na madrugada desta quarta-feira, contou com a participação de 300 homens da Divisão de Combate aos Crimes contra Patrimônio da Polícia Federal. A ação cumpriu 40 mandados de prisão e 70 de busca e apreensão e 40 apreensões de veículos.
Geraldo é cauteloso ao afirmar que este seria o fim da quadrilha. Isto porque, segundo ele, quatro pessoas presas com a Cavalo de Aço já foram detidas na operação Carga Pesada, realizada em 2002. "Dentre estas 33 pessoas presas, nós temos os principais integrantes da quadrilha. Mas isso não quer dizer que ela esteja totalmente desativada. A onça está ferida, mas não está morta", comparou.