Irene Lôbo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro da Secretaria Especial de Direitos Humanos, Nilmário Miranda, afirmou hoje que a revogação do decreto do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso que torna acessíveis documentos sigilosos "cria a base legal para a abertura de qualquer informação que não seja da vida privada ou segredo de Estado".
Ao participar da entrega do Prêmio Direitos Humanos 2004, no Palácio do Planalto, Nilmário disse que haverá uma reunião do governo com o Poder Judiciário para decidir sobre o cumprimento da determinação da justiça para abertura dos arquivos da ditradura militar, mas "o governo já está agindo, fazendo buscas e diligências nos arquivos da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para ver tudo o que pode ser relacionado à decisão".
O ministro disse ainda que a ordem não se reporta apenas às pessoas que morreram e desapareceram no Araguaia. "Na verdade o número de desaparecimentos é muito maior e há outras informações que interessam ao povo brasileiro", complementou.
Para o deputado Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP), ao sinalizar pela abertura dos arquivos, o governo atende a um clamor popular: "A intelectualidade brasileira quer que abra, os estudantes querem que abra, a igreja quer que abra, o poder judiciário quer que abra, todo mundo quer que abra. É preciso dar essas explicações aos familiares dos desaparecidos políticos. É direito do nosso povo saber da sua história".