Dezessete da PRF e 7 servidores do Rio estão entre 52 denunciados pelo MPF na Máfia dos Combustíveis

09/12/2004 - 19h05

Vitor Abdala
Repórter da Agência Brasil

Rio - O Ministério Público Federal (MPF) ofereceu denúncia contra 52 pessoas envolvidas com a chamada "máfia dos combustíveis", rede responsável pelo comércio de combustível adulterado e sonegação de impostos no estado. Entre elas, estão 17 policiais rodoviários federais e sete servidores do estado do Rio de Janeiro. Eles irão responder pelos crimes de corrupção passiva, advocacia administrativa, formação de quadrilha e violação de sigilo funcional.

"É inadmissível que servidores públicos se envolvam em casos de corrupção", disse o procurador-geral da República, Cláudio Fonteles. "Lamentavelmente, a corrupção perpassou toda a estrutura do Estado brasileiro, tanto dentro dos três poderes quanto do próprio Ministério Público".
Além dos servidores públicos, empresários e funcionários de empresas estão sendo denunciados pelo MPF, sob a acusação dos crimes de corrupção ativa, falsidade ideológica e formação de quadrilha.

A máfia atuava transportando combustíveis irregularmente. Além de usarem notas fiscais "frias", os empresários envolvidos com o esquema pagavam propina a fiscais do estado e aos policiais e ainda eram avisados, pelos servidores, de quando haveria fiscalização nas estradas.
Apesar de a Polícia Federal ainda não ter concluído o inquérito, a Procuradoria da República no Estado do Rio decidiu oferecer a denúncia por entender que já existem elementos suficientes para a acusação.

Cláudio Fonteles afirmou que o Ministério Público Federal está empenhado em combater o crime organizado e a criminalidade sofisticada. "Temos feito um trabalho de articulação muito forte com a Polícia Federal, a Receita Federal, o Banco Central e a Auditoria da Previdência. Esse é um trabalho efetivo de troca de informações e de ação conjunta para conter a criminalidade organizada".