Edla Lula
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Representantes das centrais sindicais apresentaram hoje ao ministro da Fazenda, Antônio Palocci, uma proposta para a tabela de Imposto de Renda, pela qual o governo não precisaria corrigir ainda este ano os 17% reivindicado pelos trabalhadores, mas se comprometeria a encerrar a gestão sem defasagem, com a correção não apenas pela inflação passada como pela futura.
A resposta do ministro só será dada na próxima quarta-feira (15), quando os trabalhadores realizam a "Marcha pela correção da tabela, pelo salário mínimo de R$ 320 e pela valorização do funcionalismo público". Neste dia, as lideranças trabalhistas deverão se encontrar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para tratar o assunto.
"Topamos reduzir o percentual a ser corrigido imediatamente, mas teríamos a certeza de que seriam corrigidos eventuais resíduos e mais a inflação de 2005 e de 2006 e assim entraríamos em 2007 sem defasagem alguma", disse Luiz Marinho, presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT) ao final do encontro, que durou quase três horas.
O presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, disse que os sindicalistas não aceitarão uma correção para este ano abaixo dos 10%. Pelas simulações feitas pelas centrais sindicais, caso a correção seja de 17%, a arrecadação com o Imposto de Renda da pessoa física cairia de R$ 30 bilhões para R$ 25 bilhões. Com a correção em 10%, a projeção é que a arrecadação caia para R$ 26,8 bilhões.
"Haverá perda em relação à projeção do ano que vem, mas ganho em relação a este ano", disse o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, José Feijoó, referindo-se à previsão de arrecadação do Imposto este ano, que é de R$ 25,6 bilhões.
A marcha dos trabalhadores a Brasilia deverá reunir, segundo Marinho, três mil pessoas, saindo às 9h da cidade de Valparaíso de Goiás, a 25 km do Plano Piloto, rumo à Esplanada dos Ministérios.