Iolando Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O PMDB irá realizar no próximo domingo (12) a convenção nacional para decidir se o partido continua ou não na base do governo. A Executiva Nacional se reuniu nesta quarta-feira por mais de quatro horas e aprovou proposta do presidente do PMDB de Santa Catarina, Renato Viana, que dá prazo de 48 horas para ministros e demais peemedebistas deixarem cargos no governo. O partido tem dois ministros no governo: Eunício Oliveira, nas Comunicações, e Amir Lando, na Previdência.
A proposta do ex-deputado Renato Viana também prevê que, se os cargos forem entregues, a convenção seria adiada para março de 2005. Contudo, há duas convocações para a reunião nacional deste domingo: a primeira foi solicitada pela executiva nacional e a segunda pelos diretórios regionais.
Numa primeira votação, a proposta de estabelecer um prazo para deixar os cargos do governo venceu a votação por dez votos a seis. No entanto, os senadores Ramez Tebet (MS) e Maguito Vilela (GO) reconsideraram seus votos, alegando que não poderiam estabelecer prazo para a saída dos peemedebistas. Com isso, o placar ficou empatado. O voto de minerva coube ao deputado Michel Temer, que foi favorável à proposta.
"Mesmo que a convenção decida pela saída do governo, o PMDB vai garantir a governabilidade aprovando no Congresso as matérias de interesse do governo. Queremos apenas buscar nosso rumo", disse Temer. Ao confirmar a convenção para o domingo, Temer disse que os convencionais do partido é que vão decidir sobre a permanência do PMDB no governo.
Para o senador Renan Calheiros (AL), a aprovação da proposta de Viana é "inócua" e "só divide o partido". Calheiros disse que vai continuar insistindo no diálogo para adiar a convenção. "Queremos evitar a divisão do partido e vamos buscar o diálogo até a última hora para evitá-la", afirmou. Segundo ele, dos 23 senadores do partido, 20 assinaram um documento que mantém o PMDB como aliado.