Construção civil cresce 6,8% e recupera perdas de 2003

08/12/2004 - 15h40

Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil

São Paulo - O setor da construção civil deve fechar o ano de 2004 com um crescimento de 6,8% em comparação a 2003. Com isso, o setor recupera as perdas daquele ano, de acordo com as estimativas do Sindicato da Indústria da Construção (Sinduscon-SP). Em 2003 o setor registrou queda de 5,2%. Para o próximo ano, a expectativa é de crescimento de 4,6% sobre o desempenho de 2004.

A produção de materiais de construção aumentou 6,3% e o financiamento das unidades imobiliárias pelo Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), 58%. Os dados foram apresentados hoje pelo presidente do Sinduscon-SP, João Cláudio Robusti.

Segundo ele, se as estimativas do sindicato para este ano se confirmarem, o aumento deve proporcionar a recuperação das perdas de 2003. "Mesmo assim, essa recuperação ainda não chegou à grande maioria das pequenas e médias construtoras, especialmente nos grandes centros urbanos do Sudeste e do Centro-Oeste", afirmou.

Todos os segmentos registraram crescimento, principalmente o da edificação, responsável por 62% dos postos de trabalho do setor, com crescimento de 1,24% na comparação com 2003. Segundo o Sinduscon-SP, a geração de empregos formais no país aumentou 2,44%, embora no município de São Paulo esse índice não tenha passado de 1%.

Enquanto o consumo do cimento aumentou somente 0,24%, o de aço teve incremento de 21,5% em todo o país. Para a consultora da Fundação Getúlio Vargas, Ana Maria Castelo, esse é um sinal claro de que as grandes empresas tiveram melhor desempenho. "O consumo de vergalhão mostra isso. Esse é um produto que é principalmente usado em grandes obras", disse. Em São Paulo, houve queda de 5% no consumo de cimento.

A Sondagem da Construção é feita a cada três meses. Em novembro, a pesquisa realizada com 310 empresários de todo o país indica que a recuperação do setor ainda não é abrangente. Em 60% das pequenas empresas que participaram do estudo não houve crescimento. "Para essas, os resultados caíram e as expectativas para o próximo ano são ruins. Elas esperavam um crescimento que não as alcançou, então deixaram de acreditar", afirmou.