Daniel Dutra
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O governo federal e a Organização das Nações Unidas (ONU) deram início nesta segunda-feira (6) às atividades do Centro Regional de Treinamento em Segurança Pública para a América Latina (Cespalc). A criação do centro faz parte do projeto Segurança Cidadã, que pretende integrar órgãos de segurança pública, organizações empresariais e entidades da sociedade civil em ações coordenadas de qualificação profissional e de modernização da gestão em segurança.
"Nosso objetivo é que a sociedade, num curto espaço de tempo, possa circular pelas ruas com mais segurança. Queremos transferir ao cidadão a certeza de que estamos num processo sério de reconstrução da capacidade de resposta do estado em termos de segurança", afirmou o secretário Nacional de Segurança Pública, Luiz Fernando Correa, na abertura das atividades do Cespalc, na Comissão de Constituição e Justiça do Senado.
As atividades do Centro estão centralizadas na Secretaria Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça e conta com a participação direta de dois órgãos da ONU: o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) e o Centro Regional das Nações Unidas para a Paz, o Desarmamento e o Desenvolvimento da América Latina e no Caribe (Um-Lirec).
A segurança pública passou a fazer parte da pauta da ONU de políticas públicas prioritárias e essenciais para a manutenção sustentável do desenvolvimento do Brasil em março de 2003. Segundo dados da entidade, cerca de 40 mil pessoas morrem anualmente no país devido ao uso de armas de fogo.
As atividades, que começaram hoje e vão até sexta-feira (10), fazem parte de um treinamento denominado Armas de Fogo na América Latina e Caribe: Diagnóstico e Ação. Elas serão realizadas no Senado Federal, para assessores parlamentares, e no Superior Tribunal de Justiça, destinado a ativistas de organizações não-governamentais (ONGs) da América Latina.
"Isso prova que o governo começou a dialogar com a sociedade civil organizada. A idéia é chegarmos a um senso comum do que realmente podemos fazer para chegar ao desarmamento. A importância das ONGs é fortalecer a rede e mostrar como somos capazes de acabar com a questão da violência", afirmou Max Cavalcanti, da ONG Atitude, uma das 30 entidades que participam do evento.
A Cespalc terá Brasília como base, mas vai funcionar de forma itinerante na organização de cursos em academias de polícia, universidades, centros da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).