Araguaia: desembargador diz que é preciso abrir arquivos da vergonha histórica

06/12/2004 - 16h38

Juliana Cezar
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O desembargador Souza Prudente, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, anunciou há pouco seu voto contrário ao recurso da União à decisão judicial que determina a abertura dos arquivos da Guerrilha do Araguaia, movimento político que durou de 1972 a 1975. Prudente é o relator da matéria.

"Precisamos abrir os arquivos da vergonha histórica. Chegou a hora de cobrar o discurso deste governo de que a esperança venceu o medo", afirmou o relator. O juiz federal substituto João Carlos Mayer acompanhou o voto do relator e o desembargador federal Daniel Paes Ribeiro ainda não se manifestou.

Prudente ratificou decisão anterior da juíza 1ª Vara da Justiça Federal do DF, Solange Salgado, de determinar um prazo de 120 dias para que a União apresente os documentos, informe onde foram enterrados os corpos e os translade para cemitérios mais próximos das famílias das vítimas.

Os militares envolvidos direta ou indiretamente no caso poderão estar sujeitos a prestar depoimento, caso o voto do relator seja o vencedor. Prudente também sugeriu que se realize uma audiência no dia 15, com representantes do Ministério da Defesa, Secretaria Especial de Direitos Humanos, Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Ministério Público Federal e comandos militares, para estabelecer como será a abertura dos arquivos.