Palocci: definir marcos legais e desenvolver mercado de crédito são prioridades do governo

03/12/2004 - 9h42

Mylena Fiori
Repórter da Agência Brasil

São Paulo - A definição de marcos legais eficientes para atrair investimentos privados e o desenvolvimento do mercado de crédito estão entre as prioridades do governo. A afirmação foi feita pelo ministro da Fazenda, Antonio Palocci, na solenidade de confraternização da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) em São Paulo, na noite desta quinta-feira.

Ele lembrou que a relação crédito/Produto Interno Bruto (PIB) no Brasil é baixa até mesmo quando comparada com outras economias emergentes, como Chile e Coréia. "Esse reduzido volume de crédito acaba limitando o consumo e o investimento no nosso país e, conseqüentemente, o desenvolvimento econômico", afirmou.

Segundo Palocci, o objetivo é criar condições juridicamente mais seguras e instrumentos mais eficientes para ampliar a oferta de crédito e reduzir seu custo para o tomador. O ministro destacou algumas que o governo já adotou nesse sentido e afirmou que trabalha em conjunto com o Ministério da Agricultura para o aperfeiçoamento do mercado de crédito do agronegócio.

"Nessa linha, destacamos a Medida Provisória 221, que cria o Certificado de Depósito e o Warrant agropecuário, instrumentos modernos que irão facilitar o financiamento da comercialização da produção", afirmou. O ministro adiantou que também estão em fase de definição medidas destinadas a criar as bases do mercado de securitização (conversão de uma dívida em títulos negociáveis) de créditos do agronegócio.

O aperfeiçoamento do desenho tributário e a redução de alíquotas em diversos casos são outras reformas defendidas pelo ministro como condição para o crescimento de longo prazo. Palocci comemorou o resultado da economia, divulgado nesta semana. "Esse ciclo de crescimento que estamos vivendo hoje é o mais intenso dos últimos 10 anos", afirmou.

Segundo Palocci, o país registra neste ano o mais forte ritmo de investimentos da era pós-Real, o que assegura que "o ciclo virtuoso não será interrompido por problemas de descasamento entre a oferta e a demanda". "Conseguimos recuperar a credibilidade interna e externa da economia brasileira", concluiu o ministro.