Fipe aponta gasolina, álcool e cigarros como vilões da inflação em São Paulo

03/12/2004 - 14h55

Pedro Malavolta
Repórter da Agência Brasil

São Paulo – A Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), responsável pelo levantamento do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), apontou três itens como responsáveis por quase metade da inflação no município de São Paulo: gasolina, álcool e cigarros. Juntos, os reajustes desses produtos contribuíram com 0,23 ponto percentual na inflação de 0,56% da quarta quadrissemana de novembro. O IPC fechou o mês em 0,62%.

A gasolina teve alta de 3,48% e contribuiu com 0,09 ponto percentual para o índice. O álcool combustível teve reajuste de 12,10%, o que representou um impacto de 0,06 ponto percentual na inflação e os cigarros contribuíram com 0,08, com reajuste de 5,42%.

Segundo o coordenador da pesquisa, Paulo Picchetti, a inflação não foi maior por causa dos preços do item alimentos, que teve deflação de 0,23%. Os alimentos in natura caíram pela oitava semana seguida (-2,36%).

O que surpreendeu Picchetti foi a queda dos preços dos alimentos industrializados. "Nessa época do ano é comum que esses preços subam. Com as indicações de que a renda tem aumentado, o natural seria que houvesse um aumento desses preços", explicou.

Para o pesquisador, isso é resultado das promoções realizadas pelos supermercados. Ele não descartou, porem, que em alguns casos, como pães (-0,32%) e óleos (-2,18%) a queda do dólar e a desvalorização dos preços internacionais do trigo e da soja tenham contribuído.

O reajuste dos cigarros apontado na pesquisa de novembro foi apenas o anunciado pela Souza Cruz em outubro. Neste mês, foi a Philip Morris que aumento de 7% nos seus preços.

Os grupos pesquisados pela Fipe registraram as seguintes variações: Habitação, 0,51%; Alimentação, -0,23%; Transportes, 1,56%; Despesas Pessoais, 1,21%; Saúde, 0,36%; Vestuário, 0,29%; e Educação: 0,10%.