Atleta paraolímpico pede reflexão no Dia das Pessoas com Deficiência

03/12/2004 - 12h39

Rio - Desde que chegou de Atenas, o atleta paraolímpico Clodoaldo da Silva, de 25 anos, ganhador de seis medalhas de ouro e uma de prata na Paraolimpíada, tem viajado pelo Brasil apresentando palestras sobre a superação de desafios. Hoje, Dia Internacional das Pessoas com Deficiência, ele participou de seminário em comemoração aos 50 anos da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais do Rio de Janeiro (APAE-RJ) e deu mais um depoimento otimista, ressaltando que a data serve como um momento de reflexão.

"É hora dos nossos governantes, e toda a sociedade, refletirem para que possam ser melhoradas as condições de acesso das pessoas com deficiência à prática de esportes, ao trabalho e até mesmo à inclusão social. A pessoa com deficiência não é pior do que uma pessoa normal, ela é apenas diferente e tem muita vontade de estudar e trabalhar", afirmou Clodoaldo.

De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde, no Brasil existem mais de 8 milhões de pessoas portadoras de deficiência mental e menos de 10% delas são atendidas por instituições de reabilitação. As APAE de todo o país, que são mantidas por doações e parcerias com os governos federal, estaduais e municipais, atendem a cerca de 230 mil pessoas. No Rio, a instituição atende a apenas 1.200 pessoas. Segundo o presidente da APAE-RJ, Arlindo Catoia Varela, a falta de recursos impede o atendimento de um maior número de deficientes.

"A fila de espera é enorme, mas não temos recursos suficientes para atender a todos. Por isso, o melhor presente de aniversário que poderíamos ganhar é uma maior colaboração financeira da sociedade", finalizou Arlindo.