Recordes na Bovespa se devem ao crescimento do PIB do Brasil e mundial, diz presidente da Abamec

02/12/2004 - 14h22

Pedro Z. Malavolta
Repórter as Agência Brasil

São Paulo - O recorde histórico da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), que ultrapassou a marca dos 25 mil pontos, deve-se ao crescimento do PIB do país e mundial e representa a quebra de uma barreira histórica, além de um atrativo para novos investidores internacionais. Foi o que avaliou em entrevista à Agência Brasil o presidente da Associação Brasileira dos Analistas de Mercado de Capitais (Abamec), Edmilson Lyra. "A bolsa estava depreciada há muito tempo. Esse marco pode ajudar as bolsas a crescerem mais", explica Lyra.

Na última sexta-feira (27), o índice Bovespa (iBovespa) ultrapassou os 25 mil pontos e continuou a subir, alcançando 25.128 pontos na terça-feira (30) e 25.234 pontos ontem.

O iBovespa é o principal índice para acompanhamento da evolução da Bolsa de Valores de São Paulo e existe desde janeiro de 1968. O índice usa um conjunto fictício de ações, chamado de carteira no jargão de mercado, e calcula seu crescimento ou queda tanto pelo aumento dos preços das ações quanto pela quantidade de lucro das empresas, que é distribuído ao final do ano para os portadores de ações. As ações dessa carteira teórica representam 80% dos negócios à vista que acontecem na Bolsa.

O crescimento do PIB brasileiro é o principal motivo para o aumento das negociações nas bolsas, segundo Lyra. "O crescimento do PIB nacional deve ficar perto dos 5%, que é próximo do crescimento que o PIB mundial deve ter." O analista acredita também que a queda do risco-país e do dólar também contribuíram para a o aumento das negociações.

Lyra acredita que o iBovespa possa fechar o ano acima de 27 mil pontos, esperando que o crescimento novamente seja próximo dos 5%, na economia brasileira e mundial, em 2005. "O aumento das transações deve crescer ainda mais com a queda dos juros", disse Lyra, que acha que as bolsas de valores já estão se adiantando à queda das taxas de juros que deve ocorrer a médio prazo.

O presidente da Abamec não acredita que os convênios realizados pela Bovespa para que ações de outras bolsas da América Latina possam ser negociadas aqui tenha influenciado na quebra do patamar de 25 mil pontos.