Benedito Mendonça
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O general Augusto Heleno Ribeiro Pereira, defendeu hoje a criação de um programa de desarmamento para a população do Haiti. Segundo ele, o grande desafio da missão de paz da Organização das Nações Unidas (ONU) é resolver o problema da Polícia Nacional do Haiti e dos grupos armados que atuam no país.
Ele citou como exemplo os "chimères" (simpatizantes armados do presidente deposto Jean-Bertrand Aristide) e os ex-militares, cujos direitos constitucionais precisam ser respeitados.
O general comanda a Missão de Estabilização da Organização das Nações Unidas no Haiti (Minustah). Ele participou de audiência pública na Câmara dos Deputados sobre a situação daquele país e das tropas brasileiras que integram a missão de paz.
A deputada Maninha (PT/DF), autora do requerimento de convocação do general, disse que, para o Brasil, o problema do Haiti é político. "Além da presença das tropas, nós do Parlamento queremos entender e participar dessas iniciativas do Executivo em mandar as tropas de paz para o Haiti", afirmou.
Maninha destacou que os parlamentares têm absoluta convicção de que o Brasil precisa tomar alguns caminhos para ajudar o Haiti. "Ajudar na reconstrução financeira, no diálogo político, fazer com que as tropas de paz não sejam apenas tropas, mas parcerias na reconstrução do Haiti", argumentou. Para ela, "o Brasil, como principal liderança da América Latina, tem que cumprir esse papel".
O Haiti tem hoje cerca de 8 milhões de habitantes, dos quais 2,5 milhões vivem na capital Porto Príncipe. Dados oficiais revelam que 95% da população são negros e 55%, analfabetos.