Brasília - Uma comissão de atores foi ao Senado nesta quarta-feira para pedir soluções para a área teatral. O grupo reivindicou providências ao Ministério da Cultura e aos senadores. Durante a audiência na Comissão de Educação, a classe artística – representada na mesa pelas atrizes Nathália Timberg e Maria Padilha, pelos produtores Nilson Raman e Eduardo Barata e pelo empresário Wilson Rodriguez -, pediu mais investimentos para o setor, instituição de políticas públicas, criação de uma subcomissão de teatro na Comissão de Educação e uma Agência Nacional do Teatro, que possa definir o marco regulatório para a área.
Participaram da reunião os atores Beth Goulart, Lúcia Veríssimo, Ary Fontoura e Giulia Gam e os senadores Cristóvam Buarque (PT/DF), Eduardo Suplicy (PT/SP), Saturnino Braga (PT/RJ), Paulo Octávio (PFL/DF), Roseana Sarney (PFL/MA), José Jorge (PFL/PE) e Fátima Cleide (PT/RO) e o secretário de Fomento e Incentivo à Cultura, Sérgio Xavier.
Os artistas falaram sobre a crise que o setor passa atualmente. Segundo eles, o teatro no Rio de Janeiro e em São Paulo está com dificuldades de viabilizar novas produções e garantir a circulação dos espetáculo. "Somos pela democratização do acesso aos recursos, serviços e bens culturais produzidos e achamos que o Fundo Nacional de Cultura pode atender a essa descentralização", disse o produtor Eduardo Barata. Ele pediu que a mudança na Lei Federal de Incentivo à Cultura - a Lei Rouanet - não cause a paralisação do mercado. As mudanças na Lei vêm sendo discutidas pelo ministério da Cultura. O texto final, que será encaminhado à Casa Civil, ainda não foi divulgado.
Sérgio Xavier lembrou que a arte cênica é a área que mais recebe recursos por meio da Lei Rouanet, com cerca de 22% do que é captado no mecenato. Para ele, outras ações para fortalecer a produção e circulação poderão ser discutidas e consolidadas nas Câmaras Setoriais de Cultura e fóruns representativos, que contarão com suportes técnicos, dados e estudos para subsidiar a definição de prioridades e soluções. "Conhecer bem os problemas de cada setor é fundamental para articular soluções viáveis, abrangentes e duradouras", ressaltou Sérgio.
O secretário garantiu que a discussão sobre as mudanças na Lei Rouanet não paralisaram o acesso aos recursos do mecenato "pois todas as regiões do país obtiveram recorde de captação pela Lei em todo o Brasil em 2003", quando a arte cênica captou R$ 91,8 milhões. Já, nos primeiros dez meses de 2004, atingiu R$ 52,9 milhões. "Novembro e dezembro são os meses de maior realização de investimentos, portanto há expectativa de crescimento", aposta o secretário.
Em 2004, no setor de artes cênicas, a Funarte investiu R$ 8,3 milhões; o Centro Cultural Banco do Brasil, R$ 6,1 milhões; a Petrobrás, R$ 30 milhões; a Caixa Econômica Federal, R$ 3 milhões; e outras estatais somam investimentos de R$ 9,6 milhões, totalizando R$ 57 milhões para teatro, dança e circo. Os dados são do ministério da Cultura.
Com informações do Ministério da Cultura