Pesquisa: fecundidade de adolescentes negras é maior do que das brancas

01/12/2004 - 15h23

Juliana Cézar
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O número de adolescentes que chegam ao final da gestação e dão à luz a um bebê vivo é cada vez maior entre a população negra, que representa 17,1% da taxa de fecundidade, contra 15,6% das brancas, segundo pesquisa realizada pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Em 1991, a participação das adolescentes brancas e negras na taxa geral de fecundidade era praticamente a mesma, mas a situação mudou a partir de 2000. Agora, a expectativa dos técnicos que realizaram a pesquisa é que essa diferença continue aumentar, concentrando a gravidez precoce na população negra.

Em relação à saúde reprodutiva no geral, a desigualdade não se restringe às adolescentes. A pesquisa mostra que a prevalência de laqueaduras é maior entre as negras. As mulheres brancas usam mais pílulas do que as pretas e pardas. Na hora do parto, a maior parte das grávidas negras dá a luz por parto normal – 68,6% do total. Já as mulheres brancas são maioria nas estatísticas de cesariana – 47,5%.