Industrial diz que não acredita em crescimento mais expressivo do PIB em 2005

01/12/2004 - 16h39

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil

Rio - A utilização da capacidade instalada na maioria dos setores produtivos brasileiros está no limite ou bem próximo disso, admitiu hoje à Agência Brasil o presidente do Conselho Empresarial de Economia da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), Carlos Mariani Bittencourt.

Mariani, que também preside a Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), destacou, porém, que sempre há a possibilidade de investimentos de resposta rápida, ou de "desengargalamento", que possam trazer uma contribuição, embora pequena, ao crescimento do Produto Interno Bruto (PIB).

Ele considerou difícil que ocorra em 2005 um crescimento do PIB mais expressivo do que os 5% projetados para este ano. "Em 2004, o que você está fazendo é encher a capacidade existente, que estava trabalhando folgada. Você estava com um excesso de ociosidade", explicou.

Para Mariani, contudo, muito mais importante do que discutir se o crescimento será de 3%, 3,5% ou 4% no próximo ano é confirmar as possibilidades de novos investimentos. "Se existe, o crescimento se manterá no futuro", garantiu. Ele informou que as empresas estão se movimentando para iniciar investimentos, como os números já registram no setor de bens de capital, em capital fixo. A resposta a esses investimentos vai depender de setor para setor, explicou.

Mariani lembrou que, para isso, devem ser mantidos os três pilares definidos pelo ministro da Fazenda, Antonio Palocci: rigor fiscal, política monetária que leve à redução da inflação e boa performance na área externa. Para ele, mantido esse tripé e retomada a confiança pelos empresários, os investimentos virão. "Eles já estão dando sinal claro de que estão vindo", concluiu.