Marcia Wonghon
Repórter da Agência Brasil
Recife - Começa a apresentar resultados considerados promissores uma vacina terapêutica destinada a organizar o sistema imunológico para que ele possa se defender do ataque do vírus HIV, causador da AIDS, que está sendo testada em 18 pacientes da capital pernambucana, há cerca de um ano. Os dez pesquisadores envolvidos com o projeto, desenvolvido por meio de parceira entre a Universidade Federal de Pernambuco, UFPE e a Universidade de Paris 5 estão animados a prosseguir com o trabalho.
De acordo com Luís Cláudio Arraes, pesquisador do Departamento de Medicina Tropical da Universidade Federal de Pernambuco, a vacina consiste na mistura de células de defesa com uma amostra do vírus HIV inativo. Ele explica que 80% dos dezoito voluntários testados tiveram redução da carga viral e que em oito pacientes a resposta foi ainda mais expressiva, já que o vírus ficou indetectável.
O pesquisador disse que a segunda fase da pesquisa sobre a vacina, já aprovada pelo Conselho de Ética, será destinada à verificação da dose ideal a ser aplicada nos pacientes. "Já se sabe que o fármaco não provoca efeitos colaterais", informa.
Arraes destaca que a idéia é expandir os testes a um maior número de indivíduos por meio da formação de um consórcio com a participação de vários centros de pesquisa do país, a exemplo da Escola Paulista de Medicina e Universidade Federal do Rio de Janeiro. O estudo, que ainda não tem data precisa para ser concluído, está sendo financiado por um doador francês anônimo.