Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio - Os contenciosos comerciais que surgiram nos últimos tempos no Mercosul, sobretudo entre Brasil e Argentina, se explicam pelas dificuldades econômicas das quais os dois países estão saindo. A avaliação foi feita hoje, na sede do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social pelo assessor especial da Presidência da República em Política Exterior, Marco Aurélio Garcia.
"É normal que, em um momento em que a idéia de integração é retomada, esses conflitos surgissem", afirmou. Ele citou o caso da Argentina, em particular, que foi muito golpeada por políticas anti-industrializantes implementadas desde o regime militar.
Garcia admitiu, por outro lado, que as exportações brasileiras para a Argentina são muito importantes e a parte que aquele país substituiu por importações de outros países é relevante, comparada com as cotas negociadas de comum acordo entre empresários brasileiros e argentinos. Os governos estão tentando fortalecer esse tipo de negociação, frisou Garcia.
Ele acrescentou que para o Brasil não interessa que as diferenças entre as duas nações permaneçam, mas sim que haja um processo de complementaridade simétrica, passando pela integração das cadeias produtivas.
Marco Aurélio Garcia fez a conferência inaugural do seminário Crescer Juntos - Encontro Regional Mercosul 2004, abordando o tema Integrar-nos para Crescer.