Márcia Wonghon
Repórter da Agência Brasil
Recife - A primeira vacina desenvolvida no mundo para combater a leishmaniose será apresentada amanhã aos veterinários, em seminário no Mar Hotel, em Recife. A nova droga, que chega ao mercado com o nome de leishmune, foi desenvolvida no Brasil pela empresa Fort Dodge Saúde Animal, com sede em Campinas (SP), em parceria com pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
A leishmaniose é causada por um protozoário e transmitida aos cães pelo mosquito palha. Os profissionais serão orientados sobre a utilização do fármaco, já licenciado pelo Ministério da Agricultura, que exige teste prévio. O produto já começou a ser usado no oeste paulista, em Belo Horizonte e Campo Grande.
De acordo com o veterinário Jair Garcia, diretor de Negócios Animais da empresa, a vacina oferece de 92% a 95% de proteção. Ele disse que, nesta primeira fase, a comercialização do produto está sendo feita de forma restrita nas áreas endêmicas, para que haja melhor controle da eficiência do produto.
Garcia advertiu que a vacina só deve ser aplicada por médicos veterinários, em cães a partir de quatro meses de vida que não apresentem testes negativos para a doença. "Essa vacina vai ser uma opção de controle da endemia nos animais, que beneficiará também as pessoas". O cão que contrai a leishmaniose torna-se fonte de infecção para os mosquitos, que podem contaminar outros animais da espécie e também seres humanos.
Entre os sintomas apresentados pelos cães infectados estão lesões na pele, depressão, falta de apetite, além de comprometimento do fígado, baço e rins. Nos humanos, a doença, também conhecida como calazar, causa febre, tosse aumento do baço e sangramento nasal. Em todo o mundo, registram-se 500 mil novos casos novos por ano. No Brasil, a maior incidência de leishmaniose é no Nordeste.