Shirley Prestes
Repórter da Agência Brasil
Porto Alegre - O Funterra (Conselho de Administração do Fundo de Terras do Rio Grande do Sul)aprovou a compra de duas áreas no estado para assentamentos de agricultores sem-terra, nos municípios de Nova Santa Rita e Independência, no norte gaúcho. A aquisição, de forma compartilhada entre o governo do estado e o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), de 2.831 hectares, vai beneficiar 203 agricultores, e totaliza R$ 21 milhões.
A decisão foi tomada durante reunião do Conselho de Administração do Funterra, em Porto Alegre, onde também foram aprovadas indenizações para famílias de agricultores desalojados de áreas indígenas em Nonoai. Já os processos de compra de áreas em Santana do Livramento e Dom Pedrito, na Fronteira Oeste, também negociadas para compra compartilhada, retornaram ao Incra para correção nos valores da carta oferta e da avaliação técnica.
Segundo o superintendente regional do Incra, Angelo Menegat, o instituto já tem condições de incluir o documento atualizado. "Na ânsia de resolvermos o problema, a documentação seguiu incompleta, mas já estamos trabalhando para resolver isso", explicou. Ele acredita que o adiamento não irá causar tensão no relacionamento com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
O MST gaúcho considerou um avanço a aquisição das áreas. Segundo Isaías Vedovato, da coordenação do movimento, a aprovação de compra "é uma demonstração de que o processo de reforma agrária começa a andar no estado, embora lentamente".
Fazem parte do Conselho, presidido pelo secretário do Gabinete de Reforma Agrária e Cooperativismo do Governo do Rio Grande do Sul, Vulmar Leite, as federações da Agricultura do Estado (Farsul), e dos Trabalhadores na Agricultura gaúcha (Fetag), além da Associação Riograndense de Empreendimentos de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) e o secretário executivo do Funterra.