Iara Falcão
Repórter da Agência Brasil
Brasília – A Reserva Roosevelt, terra habitada pelos índios Cinta Larga, já foi palco de sangrentos conflitos entre índios e garimpeiros por causa da exploração ilegal das jazidas de diamantes. Entre os episódios recentes, destaca-se o assassinato de 29 garimpeiros que exploravam clandestinamente uma mina na região próxima à cidade de Espigão d'Oeste, em Rondônia.
Segundo o Conselho Indigenista Missionário, os confrontos são antigos e provocaram uma drástica redução da população indígena Cinta Larga. De 5.00 pessoas na década de 60, quando ocorreram os primeiros contatos, o número de índios caiu para 1.300 atualmente. Os conflitos costumam ser violentos, e o mais conhecido aconteceu em 1963 e recebeu o nome de "Massacre do Paralelo 11" quando uma aldeia inteira foi dizimada, restando apenas uma criança.
Os Cinta Larga são assim chamados por usarem uma faixa de entrecasca de árvore na altura da cintura. Eles falam a língua pertencente ao tronco Tupi, da família Mondé. Atualmente são eles que habitam as terras chamadas Roosevelt, Serra Morena, Parque Aripuanã e Aripuanã, ao sul do estado de Rondônia, todas homologadas, somando um total de 2,7 milhões de hectares (quase o mesmo tamanho que a Bélgica).
Somente no século XX surgiram informações precisas sobre os chamados Cinta Larga. O primeiro contato oficial com a Fundação Nacional do Índio (Funai), ocorreu a partir do indigenista Apoena Meireles, peça-chave na solução de conflitos indígenas, assassinado no dia 9 de novembro durante um assalto.