Cerca de 3,6 milhões de paulistas vivem em áreas de alta concentração de pobreza, revela Seade

24/11/2004 - 12h16

Marcelo Gutierres
Repórter da Agência Brasil

São Paulo – Cerca de 3,6 milhões de paulistas vivem em áreas de alta concentração de pobreza no estado e deste total 90% estão em área urbana. O dado consta da pesquisa Espaços e Dimensões da Pobreza nos Municípios do Estado de São Paulo, encomendada pela Assembléia Legislativa à Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade), divulgada hoje.

O estudo está dividido em seis grupos: (1) nenhuma vulnerabilidade social, (2) vulnerabilidade social muito baixa, (3) baixa, (4) média, (5) alta, e (6) muito alta, ou seja, da ausência de pobreza à total existência dela. Foram analisados os 645 municípios do estado.

"A pesquisa demonstra uma relação clara entre baixa escolaridade e pobreza", frisou o presidente da Assembléia, deputado Sidney Beraldo (PSDB). Segundo ele, haverá um seminário no início de 2005 com todos os prefeitos eleitos, para a entrega dos dados, de modo a auxiliá-los em políticas públicas. "O estudo servirá também para os deputados terem controle dessas políticas e condições de avaliar as parcerias entre os municípios e o estado", completou o presidente da Assembléia.

A pesquisa mostra que cerca de 14 milhões de paulistas vivem nas áreas referentes aos grupos 4 e 5. Somados ao grupo 6 (3,6 milhões de pessoas), o número é praticamente a metade da população do estado, cerca de 37 milhões, segundo o censo de 2000. Em contrapartida, 2,5 milhões de pessoas estão no grupo 1, sendo 99,5% em área urbana. Os grupos 2 e 3 agregam os demais paulistas.

Entre as diferenciações dos seis grupos existentes, destacam-se as características dos dois últimos: no de alta vulnerabilidade (6) estão as famílias chefiadas por jovens, com baixa renda, baixa escolaridade e com filhos também jovens; no grupo de muita vulnerabilidade (5), o chefe da família já não é mais jovem.