Ministra Dilma Rousseff defende programa Luz para Todos como forma básica de cidadania

23/11/2004 - 18h01

Christiane Peres
Repórter da Agência Brasil

Brasília - A ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff, afirmou nesta terça-feira, na Conferência Nacional Terra e Água, que o programa "Luz para Todos" é um dos mais fortes do governo federal em inclusão social por não ser de compensação de renda. "Eu não estou dando o peixe, nem ensinando a pescar. Estou dando o anzol. Ninguém pesca sem anzol. É o básico da cidadania", comparou.

Vaiada durante o discurso, a ministra confessou achar injusta a manifestação dos participantes do evento – cerca de nove mil trabalhadores rurais sem-terra, de acordo com a organização da Conferência. "A percepção deles é diferente da nossa, por isso se manifestam". O protesto aconteceu enquanto Dilma falava do número de ligações elétricas feitas nos assentamentos. "Até agora foram realizadas 25 mil ligações, o que beneficia 125 mil pessoas", citou.

A ministra lembra que não é um número muito relevante, mas acredita que para o primeiro do programa é um resultado bastante satisfatório. "Nós acreditamos que fizemos um trabalho muito bom para um programa que começou no início desse ano. Acreditamos que até outubro de 2005, a maioria dos assentamentos já tenham sido feitos."

O programa "Luz Para Todos" pretende acabar com a exclusão elétrica no país, levando energia para 12 milhões de pessoas até 2008. A instalação da energia será gratuita para as famílias de baixa renda e para os consumidores residenciais, com ligação monofásica e consumo mensal inferior a 80kwh/mês.

Para Dilma Rousseff, um evento como a Conferência Nacional Terra e Água, que se realiza em Brasília até quinta-feira, é importante por abrir as discussões e mostrar quais são as grandes questões que estão na pauta dos movimentos sociais. "Esse encontro é importante e temos que fazer esse debate. Essa interação entre o povo e os representantes do governo. No início, pode ser incompreendido, mas é necessário."