Chacina contra sem terras não vai ficar impune, afirma Nilmário

21/11/2004 - 10h56

Keite Camacho
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O secretário dos Direitos Humanos, Nilmário Miranda, garantiu hoje que os mandantes da chacina contra trabalhadores rurais sem terra, ocorrida ontem em Felisburgo, Minas Gerais, não ficarão impunes. "A resposta terá que ser exemplar", disse, em entrevista à Agência Brasil.

Ontem pela manhã, o acampamento Terra Prometida, em Felisburgo, Minas Gerais, foi atacado por sete pistoleiros, segundo o membro da direção estadual do MST, Mauro Lemes. No local vivem 200 famílias. Os pistoleiros atearam fogo nas casas e abriram fogo contra os moradores. Cinco morreram e 12 foram feridos.

Nilmário e o ministro Miguel Rossetto, do Desenvolvimento Agrário, além do presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Rolf Hackbart, e do coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), João Paulo Rodrigues, estão na região e acompanham a apuração do caso.

A comitiva do governo federal esteve pela manhã na sede da Prefeitura de Felisburgo, e se reuniu com as equipes das polícias Civil e Militar de Minas Gerais. Também participam das investigações quatro viaturas da Polícia Federal. Nilmário ressaltou que a necrópsia será fundamental para determinar o que ocorreu no local.

Conforme o ministro, as suspeitas recaem sobre o antigo proprietário da área, o empresário Adriano Shafico. Nilmário adiantou que a idéia é cooperar com o governo de Minas Gerais na resolução da questão. Ele e o ministro Miguel Rossetto vão visitar as famílias acampadas ainda hoje.