Mylena Fiori
repórter da Agência Brasil
Brasília - O economista José Luiz Fiori disse hoje (20) que, com a morte, Celso Furtado "talvez" tenha realizado o seu "último gesto de protesto"; ou dado o seu "último suspiro de tristeza". Fiori, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro e um dos principais herdeiros intelectuais de Furtado, entende que o modelo de desenvolvimento formulado por Furtado (marcado pela crítica aguda do subdesenvolvimento) nunca encontrou ressonância em nenhuma política econômica praticada pelos governos brasileiros.
"Com a morte de Celso Furtado, o Brasil perde um grande pensador e um líder", disse. "Mas sobretudo perde um homem que jamais abriu mão de suas idéias, de sua coerência ética e de sua paixão pelo Brasil". Fiori ainda aproveitou para lembrar que Furtado morreu logo depois de tomar conhecimento da saída de Carlos Lessa do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Segundo o economista, Lessa foi "atropelado pelos interesses financeiros que comandam o Brasil já faz tempo e que conseguem destruir todos os brasileiros honestos, que tentam resistir à sua onipotência".