Gabriela Guerreiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Uma delegação de 14 parlamentares do Timor Leste está no Brasil para trocar experiências sobre o funcionamento do Poder Legislativo. O objetivo dos timorenses é tentar aperfeiçoar o seu parlamento com base no modelo brasileiro. Criado há apenas dois anos, após a conturbada luta pela independência da Indonésia, o parlamento é integrado por 87 membros e tem como principal missão ajudar a consolidar a democracia no país.
Os parlamentares timorenses vão ficar no Brasil até o dia 3 de dezembro. Nesse período, visitarão a Câmara dos Deputados e o Senado Federal para aprender um pouco mais sobre o Congresso Nacional.
O primeiro compromisso da delegação no Brasil foi um encontro com os membros da Comissão de Legislação Participativa da Câmara dos Deputados, criada em 2001. Por meio da Comissão, o cidadão pode levar diretamente ao Congresso Nacional a sua proposta para o aperfeiçoamento da legislação. "Essa é a Comissão Permanente mais nova da Casa. É uma conquista recente, um portal pelo qual a sociedade pode participar de forma direta do processo de formação legislativa. Essa Comissão já existe em muitas Câmaras Municipais e no Senado. Essa é uma idéia instigante, inovadora, e o Congresso e a Câmara dos Deputados colocam muita fé nessa idéia", explicou o presidente da Comissão, deputado André de Paula (PFL-PE), aos parlamentares timorenses.
A chefe da delegação timorense, Adalgiza Ximenes, disse que expectativa dos parlamentares é muito positiva no que diz respeito ao aprendizado sobre o Legislativo brasileiro. "Essa visita será ótima, porque o parlamento do Brasil já existe há muito tempo, tem muita experiência. Essa é uma boa oportunidade de aprendermos alguma coisa", disse.
O Timor Leste foi colonizado pelos portugueses desde o século 16, e deveria se tornar independente em 1975 com o apoio de Portugal. Sem acordo sobre quem governaria o país, o Timor entrou em guerra civil. A Indonésia acabou por invadir o país e depois o anexou em 1976. Vários líderes surgiram para contestar a invasão da Indonésia, entre eles o presidente do Conselho Nacional da Resistência Timorense, Xanana Gusmão, que hoje governa o país.
No dia 5 de maio de 1999, Indonésia e Portugal firmaram, sob o patrocínio da Organização das Nações Unidas (ONU), um acordo que abriu caminho para o plebiscito em que a população do Timor Leste decidiu pela independência do país.