Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - As emissões de títulos do Tesouro Nacional e do Banco Central no mês passado somaram R$ 35,660 bilhões. Os maiores volumes foram em Letras Financeiras do Tesouro (LFT) e Letras do Tesouro Nacional (LTN) de nove meses, com venda de R$ 12,682 bilhões e R$ 17,290 bilhões, respectivamente. As informações constam do relatório mensal sobre Dívida Pública Mobiliária Federal Interna (DPMFi) e Mercado Aberto, divulgado hoje pelo Ministério da Fazenda.
De acordo com o relatório, os números das emissões foram superados em R$ 3,980 bilhões pelos resgates e trocas de títulos, como ressaltou o coordenador de Operações do Tesouro, Ronnie Tavares, ao divulgar o relatório. Apesar disso, o volume da dívida aumentou de R$ 771,3 bilhões, em setembro, para R$ 776,5 bilhões em outubro, um crescimento de R$ 5,2 bilhões (0,67%), em decorrência, principalmente, do aumento de 0,75 ponto percentual na taxa básica de juros (Selic), em setembro e outubro.
No dia 15 de setembro, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC elevou a Selic de 16% ao ano para 16,25% e, no dia 20 do mês passado, para 16,75%, com reflexos imediatos de alta dos juros no mercado financeiro. Como resultado, a dívida interna aumentou, na realidade, R$ 9,180 bilhões, compensados, parcialmente, pelo saldo de resgates sobre as emissões. "Qualquer coisa que se faça afeta a liquidez de mercado", explicou Tavares.
De acordo com o relatório, a parcela de títulos pós-fixados, corrigidos pela Selic, passou de 53% para 54,15% do volume total. A quantidade de títulos prefixados caiu de 17,46% para 17,41%. Os papéis indexados ao câmbio também recuaram de 12,32% para 11,24% no mês. A correção dos 17,2% restantes de títulos é atrelada a índices de preços e à Taxa Referencial (TR). Essa composição atende, em parte, o objetivo do governo federal, no sentido de reduzir as dívidas em dólar e indexadas à Selic, e aumentar a participação de papéis prefixados e atrelados aos índices de inflação.
O economista do Tesouro disse que o prazo médio de vencimento da Dívida Pública Mobiliária Federal ficou praticamente estável, com recuo de 28,6 meses para 28,5 meses. Mais relevante, segundo Tavares, foi a redução do prazo médio das emissões em ofertas públicas, que recuou de 18,1 meses, em setembro, para 16,9 meses, em outubro. Com isso, o percentual da dívida a vencer nos próximos 12 meses cai de 46,7% para 45,9%, o que equivale a R$ 356,4 bilhões.