Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio - O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social está em contato com dois exibidores cinematográficos para que revejam os projetos apresentados à instituição pelos parâmetros anteriores e se ajustem à nova linha especial de crédito, lançada no último dia 4 para apoiar o cinema.
A informação é do assessor da presidência do BNDES, Márcio Migon. Segundo ele, a partir de mudanças nas políticas operacionais, o banco incluiu o setor de exibição entre as suas prioridades. Ele revelou que, até o momento, houve apenas uma sondagem informal feita ao banco por um exibidor, o que para ele não é um sinal negativo.
"A gente considera que está dentro do timing, no sentido de que um projeto como esse, mesmo não sendo em valor muito alto, demanda uma certa documentação, coleta de certidões e plano de negócios". Migon acredita que os exibidores nacionais estão em diligências para consolidar essas informações. A expectativa é de que ainda este ano o banco receba pedidos para construção, reforma ou ampliação de salas de exibição.
O assessor lembrou que durante o lançamento da linha de apoio ao cinema, muitos exibidores manifestaram interesse no financiamento. Ele revelou também que o BNDES está mantendo contato com fundos de investimento, que "têm dado indicações concretas de que vão trazer operações" para a instituição.
Na ocasião, o presidente do Grupo Severiano Ribeiro, Luiz Severiano Ribeiro, considerou que a nova linha do BNDES foi uma grande porta aberta e pode ampliar o número de salas de exibição no país. O grupo está no mercado brasileiro há 86 anos e tem 200 salas no país. Severiano Ribeiro pretende continuar investindo, mas disse que ainda não traçou a estratégia de ação que será adotada a partir de 2005.
Uma das mudanças nas políticas operacionais do BNDES foi a ampliação do prazo de carência dos financiamentos de seis para 12 meses. Os empresários podem também pedir o crédito diretamente ao BNDES para projetos acima de R$ 1 milhão. Em outros setores, esse limite é de R$ 10 milhões, o que evita o pagamento a agentes financeiros.
Migon frisou, entretanto, que para projetos abaixo de R$ 1 milhão, especialmente visando à construção de salas no interior, os recursos devem ser buscados na rede de bancos credenciados. Não há dotação definida para essa linha. O limite é o próprio orçamento do banco, destacou o assessor.
Hoje o Brasil tem cerca de 1,9 mil salas de cinema. O BNDES prevê que a partir da adesão dos exibidores ao programa, poderão ser construídas pelo menos mais mil salas, nos próximos dois a três anos.