Brasil participa de seminário na Argentina sobre fiscalização de embalagens de madeira

14/11/2004 - 7h31

Brasília - Pelo menos 20 espécies de pragas florestais exóticas de alto risco para agricultura, detectadas em embalagens de madeira usadas para acondicionar produtos importados, foram interceptadas no Brasil nos últimos dois anos, segundo o ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. A partir de 2005, os países membros da Organização Mundial do Comércio (OMC) vão intensificar o controle sobre as mercadorias de qualquer natureza embaladas em madeira. O assunto será tratado no Seminário Internacional sobre Certificação Fitossanitária de Embalagens de Madeira na Importação e Exportação, em Buenos Aires, a partir de quarta-feira (17).

"As embalagens de madeira são um dos principais veículos de disseminação de pragas exóticas", revela o fiscal agropecuário Tarcísio Siqueira, da coordenação geral de Vigilância Agropecuária Internacional do ministério da Agricultgura. Só no porto de Santos, acrescenta, circularam diariamente, em 2003, quase 2 mil contêineres com produtos em embalagens ou suportes de madeira. Membro da OMC e um dos maiores produtores agrícolas mundiais, o Brasil vem fiscalizando o trânsito de embalagens de madeira desde 1999. Para entrar ou sair do país, elas precisam ser submetidas à fumigação com brometo de metila ou tratamento térmico.

As normas internacionais para fiscalização das embalagens e suportes de madeira foram recomendadas aos países membros da OMC pelo Fundo das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). "Mais de 60% das mercadorias de toda natureza transportadas no mundo são acondicionadas em madeira", informa Siqueira. De acordo com dados da Organização Norte-Americana de Proteção de Plantas (Nappo), o comércio global utiliza anualmente cerca de quatro bilhões de paletes (suportes) para movimentar as exportações e importações.

As pragas exóticas são aquelas inexistentes em um determinado país, explica Siqueira. Entre elas, por exemplo, a anoplophora glabripennis, mais conhecida como besouro oriental, originário dos países asiáticos. "Essa praga ataca 43 gêneros diferentes de espécies vegetais, como maçãs, pêras e pêssegos", comenta o fiscal agropecuário. Para reforçar o controle nos portos e aeroportos, a fim de evitar a propagação de pragas como essa no Brasil, o ministério da Agricultura também está credenciando empresas especializadas em tratamentos quarentenários e fitossanitários.

O seminário em Buenos Aires é uma promoção do Comitê Diretivo de Sanidade Vegetal do Cone Sul (Cosave), em parceria com o Nappo (Serviço de Inspeção Sanitária Animal e Vegetal dos Estados Unidos) e Instituto Interamericano de Cooperação Agrícola. No encontro estarão autoridades, pesquisadores, técnicos e representantes de empresas de exportação e importação de vários setores da economia do Brasil, Argentina, Chile, Paraguai, Uruguai, Venezuela, Colômbia, Peru, EUA, México, Canadá e países do Caribe.

Com informações do Ministério da Agricultura