Economias do Brasil e da China complementam-se, diz presidente da Vale

12/11/2004 - 19h16

Débora Xavier
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Brasil e China têm economias que se complementam em vários setores. Mais do que qualquer outra, essa característica tem feito com que os dois países intensifiquem a cada ano as relações comerciais. A afirmação foi feita hoje pelo presidente da seção brasileira do Conselho Empresarial Brasil-China e da Companhia Vale do Rio Doce, Roger Agnelli, durante o Fórum Brasil-China: Conquistas e Desafios na Construção de uma Parceria Estratégica.

Segundo Agnelli, muitas das riquezas que o Brasil têm em profusão são escassas na China, e outras tantas, fartas em solo chinês, são escassas no brasileiro. "Essa complementariedade nos dá imensas chances de negócios", afirmou. Para exemplificar, Agnelli disse que "o carvão de que o Brasil necessita está lá na China. Em contrapartida, o minério de ferro que temos falta a eles". Dessa forma, como em tantos outros setores, Brasil e China, se complementam. A avaliação de Agnelli foi feita no III Painel do fórum As Parcerias Empresariais entre o Brasil e a China: Projetos e Resultados.

"No entanto, o empresário brasileiro que queira comprar ou vender na China precisa entender como é a personalidade do povo daquele país: a comunicação pessoal vem em primeiro lugar. Depois, então, é que se trata de negócios", explicou o diretor do Departamento Comercial do Ministério das Relações Exteriores, Mário Vilalva.

Ao participar do painel Os Negócios Comerciais entre o Brasil e a China: Cultura, Desafios e Benefícios, Vilalva acrescentou que, "para fazer negócio com o chinês, é necessário, em primeiro lugar, impressionar com a personalidade". Por isso, recomendou, "antes de mais nada, fale sobre preferências pessoais, esportes, hobbies e outras amenidades. Para gerar confiança, dê tempo e seja paciente - tal como a cultura chinesa".

Um império milenar como a China não foi construído em pouco tempo, mas pacientemente, anos após anos. Assim também devem ser os relacionamentos pessoal e comercial sino-brasileiros, afirmou Mário Vilalva.