Sociedade civil pede fim do modelo que tira recursos da Educação

09/11/2004 - 13h27

Brasília, 9/11/2004 (Agência Brasil - ABr) - Contra o impacto negativo das políticas econômicas de ajuste fiscal sobre a educação e o empobrecimento da agenda global de educação ao longo das últimas décadas, representantes da sociedade civil se reuniram hoje no Hotel Nacional, em encontro paralelo à realização da 4ª Reunião do Grupo de Alto Nível de Educação para Todos.

O objetivo é entregar um documento aos mais de 30 ministros da Educação de diferentes países, para que incluam as reivindicações no texto principal da reunião, promovida pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura) e com encerramento previsto para amanhã (10).

Denise Carreira, coordenadora da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, defende que sem a alteração das políticas econômicas de ajuste fiscal, não haverá qualidade na educação. "Esse modelo tira recursos de áreas sociais, sobretudo da educação, para pagamento da dívida externa e para o superávit primário (receitas menos despesas, excetuados pagamento de juros). Para melhorar a qualidade, é necessário financiamento, mas só isto não resolverá. No entanto, precisamos de mais recursos para dar um salto de qualidade", afirmou.

Entre as propostas defendidas no documento, está a de conversão da dívida externa dos países em investimento na educação. "Essa é uma proposta já assumida por alguns ministros de Educação, como o brasileiro e o argentino. Entendemos que isso é fundamental, a fim de reverter a lógica do pagamento da dívida externa como um sofrimento para as políticas sociais", concluiu a coordenadora.