Daisy Nascimento
Repórter da Agência Brasil

Rio - Cerca de cem militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) fizeram pela manhã uma manifestação em frente à agência dos Correios do centro da cidade. Os militantes enviaram uma carta endereçada ao ministro do Desenvolvimento Social, Patrus Ananias, denunciando a falta de estrutura dos acampamentos no estado. Na carta, os sem-terra também afirmam que das quatro mil famílias acampadas, apenas duas mil e seiscentas foram cadastradas para receber cestas básicas em 2005. Eles também reclamam do atraso na distribuição das cestas. Segundo eles, este ano as cestas básicas chegaram aos acampamentos apenas três vezes.

A manifestação no Rio faz parte de um movimento nacional marcado para os dias 10 e 11 de novembro que tem como objetivo chamar a atenção do governo e da sociedade para as principais reivindicações das famílias acampadas. Entre elas estão a normalização da distribuição das cestas básicas e a definição de um cronograma para o próximo ano; a retomada do cadastramento de famílias acampadas que esperam pelo assentamento, interrompido no início do ano pelo Incra e a aceleração do processo de desapropriação de terras.

De acordo com a assessoria do MST no Rio, os manifestantes também pretendem fechar trechos da rodovia Rio-Santos, no trevo de acesso à cidade de Mangaratiba, e da BR-101, próximo à entrada da cidade de Campos. Em Volta Redonda, município do estado, os militantes do MST vão participar de um ato junto com metalúrgicos, estudantes e as Comunidades Eclesiais de Base. O ato será na entrada principal da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e lembrará os 20 anos do assassinato de três trabalhadores da CSN.