Cristina Índio do Brasil
Repórter da Agência Brasil
Rio - O recuo dos preços no atacado das matérias primas, em especial as agropecuárias, compensou a alta nos preços dos combustíveis e de insumos para indústria, com destaque para a siderurgia. Com isso, a inflação de outubro (0,53%) medida pelo Índice Geral de Preços-Disponibilidade Interna ( IGP-DI) se manteve praticamente no nível do mês anterior (0,48%).
A avaliação é do coordenador de Análises Econômicas do Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Getúlio Vargas, Salomão Quadros. "Tivemos efeitos fortes para um lado e para outro lado, mas tivemos uma inflação que ficou mais ou menos no mesmo nível do mês passado", disse.
Para o economista, esses efeitos positivos e negativos foram localizados. Quadros destacou que houve variação negativa também em produtos como frutas e hortaliças, o que levou a uma queda significativa da inflação, tanto no atacado quanto no varejo. O impacto do reajuste dos combustíveis e mais uma elevação dos preços da siderurgia impediram uma queda ainda maior.
"Estamos tendo o efeito do reajuste dos combustíveis, óleo diesel, óleo combustível, gasolina e outra rodada de aumentos na siderurgia, que está impactando, também, o custo da construção. Então, temos altas e baixas localizadas", esclareceu.
Apesar disso, o coordenador acredita que a alta no atacado não terá reflexos significativos nos preços ao consumidor. "O que observamos é que, dentro da cadeia produtiva, esses impactos vão se atenuando", afirmou.
Na composição do Índice Geral de Preços-Disponibilidade Interna (IGP-DI) de outubro, no atacado, as matérias primas brutas registraram queda de 1,81%, ao contrário dos bens intermediários, que tiveram alta de 2,62%. Os bens finais tiveram variação negativa de 0,28%.
Nos preços ao consumidor, a alimentação continuou em queda (-0,78%), mas o grupo transportes registrou elevação, passando de -0,10% em setembro para 0,88% em outubro, como reflexo do reajuste de combustíveis.