Brasília, 9/11/2004 (Agência Brasil - ABr) - O sucesso de programas de combate à pobreza e à desnutrição, além de ações contra a exploração sexual de crianças e adolescentes, depende da união familiar. Com o objetivo de ajudar a garantir essa união, o Ministério do Desenvolvimento Social, a Secretaria Especial de Direitos Humanos (SEDH) e a Agência Norte-Americana para o Desenvolvimento Internacional (Usaid), assinaram dois convênios que permitirão o repasse total de R$ 5 milhões para projetos nas duas áreas.
"Temos um desafio fundamental: preservar a unidade e a coesão das famílias. Quando uma família pobre se desconstitui, as conseqüências são trágicas: as crianças não vão à escola, vão para rua, para mendicância e as drogas", alertou o ministro do Desenvolvimento Social, Patrus Ananias.
O primeiro convênio prevê repasse de R$ 2,3 milhões para ações do programa Fome Zero. O dinheiro será utilizado para implantação de hortas, cozinhas comunitárias, restaurantes populares, além da troca de experiências sobre a construção de cisternas e bancos de alimentação em cidades do semi-árido brasileiro. "Estamos montando no Brasil, uma rede de proteção de segurança alimentar nutricional, inclusive na perspectiva de estoque de alimentos para situações emergenciais", ressaltou o ministro Ananias.
Muitas vezes é a condição de pobreza das famílias que facilita a exploração sexual de crianças e adolescentes. Para tentar enfrentar essa realidade, o outro acordo assinado prevê R$ 2,7 mil, que serão direcionados ao Programa de Ações Integradas Referenciais (Pair). O programa, desenvolvido pela Secretaria Especial de Direitos Humanos desde 2002, atende sete cidades: Pacaraima e Boa Vista (RR), Manaus (AM), Feira de Santana (BA), Campina Grande (PB), Corumbá (MS) e Belo Horizonte (MG) e poderá ser ampliado para todo o país.
O ministro Nilmário Miranda, da SEDH, lembrou que o programa "tem campanhas, treinamento de pessoas para o enfrentamento à violência, e técnicos para desmontar essas situações e despertar o protagonismo juvenil". Indiretamente, o convênio beneficiará também o projeto Sentinela, mantido pelo Ministério do Desenvolvimento Social. O projeto é destinado às crianças em situação de violência sexual, por meio do atendimento em Centros e Serviços de Referência. Até hoje, 17 mil crianças foram atendidas em 315 centros no país.