Programa do BNDES para gerar emprego e renda supera meta e já tem R$ 1,795 bilhão em 60 dias

08/11/2004 - 18h20

Rio, 8/11/2004 (Agência Brasil - ABr) - O Programa de Apoio ao Fortalecimento da Capacidade de Geração de Emprego e Renda (Progeren) do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), lançado em setembro deste ano, já tem em carteira R$1,795 bilhão em operações diretas, superando a meta de R$1,250 bilhão em 60 dias, informou hoje o superintendente de Planejamento Banco, Maurício Piccinini.

Já em operações indiretas, efetuadas por intermédio dos agentes financeiros do Banco, em que a meta também era de R$ 1,250 bilhão, foram conseguidos apenas R$ 10,3 milhões em 16 operações. Maurício Piccinini considera o resultado é insignificante e diz que dessas transações 10 foram de agentes públicos e só seis de agentes privados, "e mesmo assim de apenas três bancos: Fibra, Unibanco e Bradesco".

Devido ao baixo resultado nas operações indiretas, o Conselho de Administração do BNDES decidiu elevar o limite das operações diretas para R$ 3 bilhões até 31 de dezembro próximo, prorrogando o prazo de validade do programa para os agentes financeiros até 30 de junho de 2005 como forma de estimular seu desempenho. "Mais seis meses para ver se eles conseguem trabalhar", diz o superintendente.

Além disso, o Conselho desconsiderou a proposta apresentada pelos bancos privados de redução para três meses da carência para as micros, pequenas e médias empresas, estabelecida pelo BNDES em um ano. Na avaliação do Banco isso sufoca a empresa porque o Progeren é um programa de giro estruturante, para gerar emprego e renda e ajudar a empresa a ter fôlego para o crescimento. Maurício Piccinini explica que os bancos queriam que as micros e pequenas empresas pagassem juros a cada 3 meses.

O superintendente do BNDES afirmou que fatores como desinteresse e o hábito de operar com giro no curto prazo e receber retorno rápido explicam o sub-desempenho dos agentes financeiros. Segundo ele essa não é uma visão de banco de desenvolvimento. Piccinini reafirma a necessidade de que os bancos percebam que o investimento de longo prazo e programas estruturantes exigem uma visão diferenciada. Em sua opinião fica difícil para os bancos comerciais operarem recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador sem essa visão de longo prazo. "Visão comercial em nada contribui para a geração de emprego e renda", assegura.