Missão do Executivo é dar dimensão de grandeza às forças armadas, diz Lula

08/11/2004 - 12h50

Paula Medeiros
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse hoje que a missão do poder executivo é fazer com que as Forças Armadas tenham "nem mais nem menos", mas a mesma dimensão de grandeza que se deseja para as outras instituições brasileiras e para o Brasil. "É com essa dimensão que a sociedade civil brasileira e as forças armadas brasileiras vão conquistando respeito, passo a passo, internamente e externamente, para que um dia o Brasil possa ser levado muito mais em conta do que é levado hoje, quando se trata da questão da defesa", afirmou.

Durante a solenidade de posse do vice-presidente José Alencar no cargo de ministro da Defesa, Lula ressaltou que a presença das tropas brasileiras no Haiti é uma demonstração de que o país não perderá oportunidades de firmar sua postura internacional. "Eu sei que muita gente faz crítica, mas a verdade é que, se nós não estivéssemos lá (no Haiti), lá estariam os militares americanos fazendo o que jamais os militares brasileiros vão fazer. Porque a orientação é que nós não vamos cumprir nenhum papel de polícia, mas vamos tentar manter a paz para que no próximo ano o país possa convocar eleições e ter um presidente legitimamente eleito. Depois disso, nossos soldados voltarão ao Brasil, porque certamente teremos muito trabalho para eles aqui dentro", afirmou.

Segundo o presidente, a política externa desenvolvida pelo Ministério das Relações Exteriores é compartilhada por uma política "muito competente" que o Ministério da Defesa tem feito e continuará fazendo, na busca da integração com as forças armadas de outros países. "Nossas forças armadas estão preparadas para estabelecer essa relação, para trocar conhecimentos e para fazer com que o Brasil seja cada vez mais um país independente, capaz de produzir as suas próprias tecnologias, capaz de concorrer com outras potências, capaz de fazer a defesa das nossas fronteiras no combate ao narcotráfico e no combate ao crime organizado", destacou.

Lula agradeceu o empenho, a dedicação e a lealdade com que o ex-ministro da Defesa José Viegas comandou a pasta nestes 22 meses de governo. "Você, Viegas, deixa o ministério, mas não deixa o governo. Porque o Viegas é um companheiro comprometido com este governo antes dele ser governo", afirmou.