Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio - Pesquisa realizada em centros de referência de Recife (PE), Itapecerica da Serra (SP) e Florianópolis (SC) pela Fundação Orsa, com financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social e o Ministério da Saúde, revelou que o projeto Mãe Canguru, de tratamento de crianças prematuras e recém-nascidos de risco foi considerado positivo por 57,8% das 370 famílias entrevistadas.
O método consiste em manter os bebês em contato direto com a pele de suas mães. De acordo com depoimentos de mães participantes do projeto, os bebês dormem melhor, ficam mais calmos, se sentem mais protegidos e seguros. Para elas, a criança se desenvolve melhor e mais rápido, ao mesmo tempo em que seu amor e carinho pelo bebê aumentam.
Os resultados da pesquisa, que serão apresentados na próxima quarta-feira (10) no 1º Seminário Internacional de Humanização da Assistência ao Recém-Nascido de Baixo Peso, na sede do BNDES, no Rio, foram divulgados hoje, nesta capital, pela Fundação Orsa. O objetivo é identificar as necessidades de aplicação do método, visando à efetiva intervenção nos cuidados da mãe e do grupo familiar com o bebê prematuro.
O gestor de programas e projetos da Fundação Orsa, Matias Rath, responsável pelo método Mãe Canguru na instituição, disse que a avaliação positiva do projeto mostra sua eficácia para o desenvolvimento dos prematuros. Do total de mães entrevistadas, 87,7% disseram que receberam informações sobre o método no próprio hospital, enquanto 2,7% foram instruídas durante o pré-natal.
Realizada entre 2001 e 2003, a pesquisa revela que 31,4% das mães tinham até 20 anos de idade, enquanto a idade média apurada foi de 24 anos. Do total de mães, 62,2% não trabalhavam fora de casa e a maioria (53,7%) vivia em união estável de até três anos. Do universo de 370 famílias consultadas, 59,2% tinham renda de dois salários-mínimos.
Do grupo de 63% de mães que responderam a perguntas sobre seus sentimentos no tratamento dos filhos pelo método Mãe Canguru, 77,3% responderam que experimentaram sensações positivas como felicidade (53,8%) e amor e carinho pelo bebê (15%).
