Sândala Barros
Repórter da Agência Brasil
Macapá - Os presos em Brasília pela Operação Pororoca, deflagrada ontem pela Polícia Federal em três estados e no Distrito Federal, já estão em Macapá para prestarem depoimento. São os lobistas Liziani Nogueira da Rocha Fragoso e André Cleyton Fernandes Dias, que faziam a ligação entre os funcionários do MEC e os empresários e políticos do Amapá; e Maria Francisca Soares e Wadison Cardoso Nunes, funcionários do Ministério da Educação, responsáveis pela manipulação de dados do Siafi.
Segundo o responsável pelas investigações, delegado da Polícia Federal Tardelli Cerqueira Boaventura, as declarações dos acusados serão confrontadas com as provas documentais que constam dos autos, fruto de uma investigação de dois anos.
O delegado informou que ainda hoje de madrugada deve chegar a Macapá o advogado mineiro Luiz Eduardo Monteiro, acusado de tráfico de influência na celebração dos convênios para a construção do Porto de Santana, no Amapá.
Segundo ainda o delegado Boaventura, dois envolvidos nas fraudes em Belém continuam foragidos e uma, em Macapá, Irineide dos Santos, prometeu se entregar amanhã.
A Operação Pororoca foi deflagrada pela Superintendência da Polícia Federal do Amapá às cinco horas da manhã de ontem (4), com a prisão do ex-senador Sebastião Rocha (PDT/AP), que ocupou o cargo de secretário estadual de saúde do atual governo. Ao todo, foram 30 mandados de prisão e 35 de busca e apreensão, dos quais 21 cumpridos em Macapá e no município de Santana, a 17 km da capital, e um no município de Oiapoque, distante a 599 km da capital.
As prisões se estenderam ainda aos estados do Pará e Minas Gerais e no Distrito Federal. Os acusados são empresários do ramo da construção civil e pessoas que ocuparam cargos ligados a licitações de obras construídas ou que seriam construídas com recursos do governo federal.