Cristina Indio do Brasil
Repórter da Agência Brasil
Rio - O ministro do Planejamento, Guido Mantega, adiantou que a proposta de criação da Autoridade Sul-americana de Investimentos (ASI), um dos temas da reunião de presidentes do Grupo do Rio, não avançou o suficiente para o surgimento do novo organismo que serviria para realizar financiamentos em infra-estrutura. "Havia a proposta da ASI, mas que não ficou madura o suficiente para ser aprovada como proposta do Grupo do Rio. Há um encaminhamento que está sendo proposto para que se discuta a questão dos limites fiscais e isso será feito em breve", explicou.
Para o ministro houve um avanço no fortalecimento do Grupo do Rio no sentido de uma institucionalização, de ser um instrumento dos países latino-americanos e caribenhos para a discussão de investimentos em infra-estrutura.
"Acho que houve uma aproximação maior dos países. Existe uma disposição maior de atuação em conjunto. Nunca vi uma disposição tão forte para que essa relação sul-sul, e que também abrange o Caribe, seja consolidada", disse.
Guido Mantega explicou que um problema comum na região é a necessidade da viabilização de mais investimentos para essa área, que atinge ainda, segundo ele, países da Europa, como a França e a Alemanha, que também defendem a desvinculação dos investimentos no cálculo da despesa primária dos países.
O documento final do encontro que será divulgado ainda hoje fará referências aos instrumentos de financiamento, segundo o ministro do Planejamento.
Ele comentou que pode não ser necessária a criação de um novo organismo para tratar do assunto porque já existem outros que poderiam desempenhar essa função. Mantega citou a Corporação Andina de Fomento (CAF), o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O ministro informou que a questão é apenas a forma como organizar o financiamento para que seja mais adequado, uma vez que o grande problema são os limites fiscais de financiamento.
"Essa questão não tem uma solução fácil, porque o que está faltando não é financiamento. Há até excessos de recursos financeiros disponíveis para financiamentos. A CAF tem dinheiro, o BID tem dinheiro sobrando, o Banco Mundial tem dinheiro sobrando, o próprio BNDES. O problema é como fazer esse dinheiro alimentar os investimentos, contornando a questão fiscal, sem violentar os limites fiscais. Essa é a equação. Não é a falta de financiamento. Isso eu diria que não foi solucionado", informou o ministro do Planejamento.