Rio, 5/11/2004 (Agência Brasil - ABr) - O ministro do Planejamento, Guido Mantega, disse que ainda não há definição de como serão os novos mecanismos de financiamento a projetos de infra-estrutura que estão sendo articulados pelos governos dos países que compõem o Grupo do Rio. Ele informou que vai se encontrar hoje, no Hotel Sofitel, onde é realizada a XVIII Reunião de Chefes de Estado e de Governo, com integrantes de equipes econômicas desses países para avançar nas discussões. "Vamos discutir numa reunião com todos os representantes da área econômica que estão acompanhando os presidentes", acrescentou.
O assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, informou que desde a última reunião do Grupo do Rio, no ano passado em Cuzco no Peru, o assunto vem sendo discutido pelos países. Lembrou que entre as alternativas em avaliação está a criação de um Banco de Desenvolvimento para a região, que funcionaria nos moldes do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social do Brasil (BNDES).
Outra proposta, segundo Garcia, é que a Cooperação Andina de Fomento (CAF) poderia desempenhar o papel. "Apesar de estarmos preocupados em afunilar uma solução de caráter prático, ainda não há uma definição muito precisa sobre que tipo de estrutura. O que há é uma consciência muito clara de que necessitamos construir uma infra-estrutura para a região, em matérias de estradas e de energia, que pode desempenhar para a integração sul-americana, o que desempenhou, num primeiro momento, na construção européia a atuação em torno do carvão e do aço", explicou.
O vice-presidente do BNDES, Darc Costa, que participou no Hotel Sofitel de uma reunião com a equipe da Venezuela para tratar de investimentos naquele país, lembrou que o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) foi criado a partir de um acordo entre os países que precisavam de um organismo desse tipo para a região. "Da mesma forma, pode-se criar um banco latino-americano ou um banco sul-americano. É ter um acordo político. Vejo que há uma tendência crescente nos países da América do Sul a entender a importância de um banco regional de desenvolvimento", disse o vice-presidente do BNDES. Para ele, todo banco de desenvolvimento nasce com a idéia de financiar projetos de infra-estrutura.