Daniel Dutra
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Com o objetivo de discutir a abertura de postos civis para recolhimento de armas, representantes dos comitês estaduais de apoio ao desarmamento estiveram reunidos em todo o país. Formados por membros da sociedade civil e da Polícia Federal, os comitês vão auxiliar a Campanha do Desarmamento do governo federal, que desde julho já recolheu 160 mil armas.
O coordenador do Desarmamento da ONG Viva Rio e membro da coordenação nacional da campanha, Antônio Bandeira, explica a importância de criar postos civis para entregar as armas. "Mais de 80% das armas que foram entregues não têm registro. As pessoas temem em entregá-las nas delegacias. O Viva Rio já recolheu mais de quatro mil armas. Acredito que, se não houvesse o posto, provavelmente, não iríamos chegar a esse número", explica.
A Viva Rio é uma das ONGs que, junto com igrejas e representantes do Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Conasems), representam a sociedade civil nos comitês. Mil igrejas deverão ser abertas para servir de postos de entrega de armas. Segundo Antônio, quando são entregues as armas são danificadas para provar que não será utilizada para outros fins. "A armas inutilizadas dão segurança ao local de entrega. Tem igrejas que ficam em favelas. Se as armas forem recebidas e não forem destruídas, pode representar um perigo iminente", completa.
O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, está em Salvador (BA) com a Caravana do Desarmamento. O ministro vai propor às autoridades locais e representantes da sociedade civil a criação do comitê. A caravana já passou, desde o dia 7 de outubro, por 15 estados, além do Distrito Federal: Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí, Tocantins, Goiás, Mato Grosso, Rondônia, Maranhão, Pernambuco, Minas Gerais, Alagoas e Sergipe.