Secretário de Vigilância Sanitária avalia no Rio trabalho de prevenção à dengue

04/11/2004 - 12h21

Daisy Nascimento
Repórter da Agência Brasil

Rio - A preocupação com a dengue durante o verão trouxe ao Rio o secretário de Vigilância da Saúde, do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa. O governo está desenvolvendo um amplo trabalho de prevenção com a campanha Dia D de Combate à Dengue, que tem como slogan Não deixe que a dengue estrague o seu verão.

A campanha começou a ser veiculada nas rádios, televisões, jornais e revistas de grande circulação no país no dia 29 de outubro e vai se estender até janeiro de 2005. O objetivo, é reforçar a idéia de que a prevenção é a medida importante para vencer o mosquito da dengue. Neste ano, o Dia D será 20 de novembro.

De acordo com o secretário, nos últimos anos o país tem conseguido reduzir significativamente o número de casos da doença. De 2002 até agora a queda foi de mais 91%. De 2003 para 2004, a redução já chega a 73,3%. Apesar do bom resultado, o ministério mantém o alerta com a chegada do verão, quando as condições de temperatura e chuvas, na maioria dos estados brasileiros, são muito favoráveis à propagação do mosquito Aedes aegypti.

Jarbas Barbosa alertou, no entanto, que mesmo com essa redução de casos existe sempre uma possibilidade de ocorrer epidemias. Segundo ele, a maneira de evitar o risco é a população adotar medidas simples dentro de casa e, ao mesmo tempo, cobrar do poder público ações preventivas, como a limpeza das ruas e a retirada de água acumulada em locais como parques e cemitérios.

O secretário disse que o ministério tem preocupação especial com o Rio, uma vez que a cidade é a que mais atrai os turistas que visitam o Brasil. Ele destacou o alto índice de ocupação da cidade, os problemas de infra-estrutura, principalmente água e esgoto, e o modelo das casas de famílias de baixa renda, onde as lajes costumam acumular água. Além desses fatores, ele lembrou o fato de o Rio ser a maior cidade tropical do país, o que contribui para que o estado seja o que mais tem registrado casos de dengue desde que a doença voltou ao Brasil, na metade dos anos 80.

Para o secretário, o combate à doença é um problema que precisa ser dividido pelo governo e pela sociedade. Ele ressaltou que o governo tem de fazer a sua parte, mas que, se a família brasileira não avaliar o seu ambiente doméstico, diariamente vai produzir novos criadores do mosquito, expondo ao risco de epidemia a si mesma, a seus vizinhos e a sua comunidade.