Cristina Indio do Brasil
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – A professora universitária Genilma Bohler tem esperança de que finalmente os filhos Guillermo, de 10 anos, e Arturo, de 7 anos, vão voltar para o Brasil. Os meninos foram levados para o Paraguai no dia 4 de fevereiro pelo pai Eri Rojas Villauba e desde lá Genilma vem lutando para ter os filhos de volta.
Nesta quinta-feira depois de passar toda a manhã em frente do hotel Sofitel, em Copacabana, zona sul do Rio, onde está acontecendo a 18ª Reunião de Chefes de Estado e de Governo do Grupo do Rio, ela foi recebida pelo presidente do Paraguai, Nicanor Duarte, que está na cidade para o encontro. "A luta termina quando as crianças estiverem no Brasil", disse Genilma.
Durante a audiência, o presidente conversou por telefone com o Comandante da Polícia Nacional do Paraguai, e deu o prazo de 48 horas para que o problema esteja resolvido. "Ele telefonou ao Comandante e deu instruções precisas que se encontrem essas criaturas de qualquer forma. Deu 48 horas para uma resposta positiva. Sim ou sim", informou o embaixador do Paraguai no Brasil, Luiz Gonzalez Arias.
Mesmo depois de ganhar na Justiça, tanto no Brasil como no Paraguai, o direito de ter os filhos de volta, Genilma não conseguiu ver a decisão cumprida, porque o pai vinha impedindo o retorno, não informando o paradeiro das crianças. O caso além de envolver o governo brasileiro, por meio do Ministério das Relações Exteriores e do Congresso Nacional contava ainda com a participação do Embaixador do Paraguai no Brasil, Luiz Gonzalez Arias, que, hoje, levou a professora até o presidente paraguaio para a audiência.
O embaixador acredita que havia conivência dos parentes com o pai de Guillermo e Arturo para esconder as crianças, o que impedia as autoridades policiais de localizar os meninos. Arias informou que há 15 dias foram trocados o ministro do Interior e o Comandante da Polícia Nacional do Paraguai, que segundo ele, são novos e estão cumprindo ordens.
Na saída do encontro, a professora se encontrou com o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) que também tinha se empenhado na solução do caso, com o apoio no Senado. Ele ficou satisfeito ao saber do encontro e disse que está otimista com a volta das crianças para o Brasil. "Quero agradecer junto ao embaixador a decisão do presidente do Paraguai, Nicanor Duarte de reconhecer o direito da mãe e tomar as providência para que seus filhos possam estar de novo junto", afirmou.
Genilma disse que ainda não decidiu quando vai terminar o jejum que está fazendo desde ontem. "É uma súplica a Deus e um protesto aos homens. Entendo que os homens começaram a escutar o meu protesto, o meu clamor. Quero entregar a Deus o meu jejum porque é o Deus da justiça e sei que ele será justo nessa situação também e que meus filhos retornarão", completou. Genilma volta para Porto Alegre nesta sexta-feira e espera que as crianças sejam levadas para lá.