PFL vai estudar seu desempenho na eleição municipal e redefinir programa

04/11/2004 - 12h25

Ellis Regina
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O Partido da Frente Liberal (PFL) vai redefinir seu programa e analisar o desempenho de seus candidatos nas eleições municipais deste ano, com o objetivo de preparar a legenda para as eleições de 2006, quando serão escolhidos o presidente da República, governadores e um terço dos senadores, além de deputados federais e estaduais. A Executiva Nacional do PFL decidiu hoje criar uma comissão para fazer um levantamento criterioso da posição do partido nos 26 Estados e no Distrito Federal.

De acordo com o presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), a mudança do partido deve ser consolidada com a sua "refundação". Bornhausen lembrou que o PFL completa, em janeiro, 20 anos de existência e que o estatuto e o programa partidários precisam ser revistos e passar por uma "profunda atualização e modernização".

O novo programa será apreciado pelo partido em um congresso que deve reunir grande parte de seus integrantes. "O partido está convencido de que nós não podemos continuar com uma política macroeconômica que vise somente à estabilidade, com vem ocorrendo desde 1998", explicou o presidente do PFL.

O líder do partido no Senado, José Agripino (RN), disse que o novo modelo deve ser apresentado em março e será fundamentado em uma agenda de crescimento e produtividade. A proposta está sendo estudada por especialistas e economistas e deve ser finalizada até o início de dezembro, quando passará pelo crivo de todo o partido.

Partindo de uma radiografia do partido nos Estados, o diagnóstico do PFL vai mostrar onde o partido conquistou e onde perdeu espaço. Segundo Bornhausen, o PFL "veio de um tropeço sério", em 2002, quando a senadora Roseana Sarney (MA) tentou, sem sucesso, se candidatar à Presidência da República. "Fomos atropelados por um processo de verticalização que nos deixou sem candidato à eleição de presidente", afirmou. O senador reiterou que houve um "forte processo de cooptação política", que enfraqueceu a legenda. "Tivemos perda de cerca de 20 parlamentares, o que, por si só, já traz perdas de prefeitos e vereadores. Então, fomos para a eleição já menores", disse ele.

Por outro lado, lembrou Bornhausen, o partido elegeu 45% dos seus candidatos a prefeito. O senador citou o êxito do PFL no Rio de Janeiro, onde César Maia foi reeleito. "Agora, não podemos deixar de dizer que também tivemos derrotas que precisam ser analisadas. O comportamento partidário nos locais tem de ser examinado para que possamos sair da derrota com vitórias", afirmou.

Os membros da comissão farão um levantamento do resultado eleitoral, da dimensão da nova bancada municipal e dos filiados em condições de concorrer, eventualmente, a um governo estadual ou de formar as chapas de deputados estaduais e federais.