Ana Paula Marra
Repórter da Agência Brasil
Porto Alegre - A vitória do candidato do PPS, José Fogaça, encerra um período de 16 anos de administração petista na capital gaúcha. O ex-senador José Fogaça ganhou a disputa de Raul Pont (PT) com uma vantagem de 6,6 pontos percentuais. Fogaça considerou o fim da hegemonia petista necessário para garantir mudanças estruturais em Porto Alegre. "As razões de mudanças são muito poderosas. A população é que sente isso. Não se trata de um discurso, trata-se de uma reivindicação popular consistente, concreta. Querer negar isso é tapar o sol com a peneira", afirmou o candidato eleito.
Ao votar, por volta das 11h30, Fogaça afirmou que "a população da capital gaúcha não é uma população partidarizada e, sim, politizada".
A disputa entre Fogaça e Pont foi tão acirrada que os coordenadores de campanha dos dois candidatos tiveram de assinar um acordo de entendimento, definindo regras para dar continuidade ao pleito eleitoral. No documento, ficaram proibidos, por exemplo, bandeiraços em frente ao comitê do adversário. O pacto não impediu, entretanto, quebra de acordo e troca de ataques entre representantes dos dois candidatos em vários momentos.
Em entrevista à imprensa, José Fogaça disse que nunca tinha visto um movimento político tão intenso em Porto Alegre. "Nós vivemos um dos episódios únicos na história de Porto Alegre. Não me lembro de ter presenciado um fenômeno político como o que ocorreu em nossa cidade, uma participação tão espontânea, vigorosa, por parte de todas as forças políticas desta cidade", afirmou.
No fim do primeiro turno, a indicação era de que a vitória seria dos petistas. Porém, nas últimas semanas, o jogo virou em Porto Alegre e os outros candidatos que disputaram o primeiro turno com Fogaça e Pont resolveram fazer oposição ao candidato do PT. Raul Pont teve no primeiro turno vantagem de 9,28 pontos percentuais sobre José Fogaça, uma diferença de 75.022 votos.
Na entrevista, Fogaça afirmou que seu governo vai fazer uma mudança "segura e tranqüila" em toda a cidade. "Vamos manter e ampliar as creches comunitárias, garantir às pessoas o direito à regularização de suas propriedades", garantiu. Quanto às estruturas de governo, anunciou que vai criar uma comissão de transição entre os dois governos para não haver prejuízo dos programas em andamento, principalmente os sociais.
No Rio Grande do Sul, o PT disputou o segundo turno também nos municípios de Caxias do Sul e Pelotas. Em Pelotas, Bernardo de Souza, do PPS, derrotou o candidato do PT. Em Caxias do Sul, José Ivo Sartori, do PMDB, teve 52,43% dos votos, contra 47,57% de Marisa Fôrmolo, do PT.
