Caminhada em favor do desarmamento pretende reunir 15 mil pessoas em SP

01/11/2004 - 17h25

São Paulo, 1º/11/2004 (Agência Brasil - ABr) - Cerca de 15 mil pessoas são esperadas para a 9ª Caminhada Pela Vida e Paz em Favor do Desarmamento, a partir das 8h de amanhã (2). A passeata sairá praça do Jardim Ângela, na estrada do M’Boi Mirim, no Jardim Ângela (zona Sul da capital), em direção ao Cemitério São Luiz, onde será encerrada com uma cerimônia em favor da paz.

Organizada pelo Fórum em Defesa da Vida, que é composto por organizações com o objetivo de realizar ações de combate e prevenção da violência, a caminhada pretende mobilizar a sociedade civil da região para a questão. "Queremos mostrar para nós mesmos que temos força e presença para lutar contra essa realidade e para alertar outras partes da cidade para a existência desse movimento, além de chamar a atenção dos governantes e autoridades para que eles dêem mais atenção a regiões como a nossa", disse a coordenadora do Fórum em Defesa da Vida, Célia Cymbalista.

O Jardim Ângela, explicou a coordenadora, é uma das áreas onde se registra o mais alto índice de exclusão social e mortes violentas na capital. "Por isso a passeata é marcada para o Dia de Finados. Aqui na região o índice de jovens entre 14 e 24 anos que morrem violentamente é muito alto e a maioria deles é enterrada no Cemitério São Luiz", disse.

A carência em todas as áreas é o principal motivo para a violência no local, na opinião da coordenadora: "Precisamos de um olhar especial para a educação, o lazer, para a questão da moradia, já que a área tem muitas favelas, e para a saúde. Nós só temos um hospital que está desaparelhado."

Além da cerimônia pela paz no Cemitério São Luiz, haverá a inauguração de um posto oficial da Policia Federal para a entrega de armas de fogo no local. Célia Cymbalista destacou que o posto representará mais do que um local para a entrega de armas. "Representará também a possibilidade de diminuição da circulação de armas e de aumento do controle da produção e comercialização dessas armas", salientou.