Infraero quer reduzir tarifa de embarque para o exterior de US$ 36,00 para US$ 20,00

28/10/2004 - 18h59

Rio, 28/10/2004 (Agência Brasil - ABr) - O governo admite reduzir, até o final do ano, a tarifa praticada pela Infraero nos embarques para o exterior, de US$ 36,00 - um dos valores mais altos do mundo - para US$ 20,00, aproximando-a da média mundial. A informação foi dada hoje pelo presidente da empresa, Carlos Wilson, na Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro.

Wilson se reuniu hoje com o Ministro da Fazenda, Antonio Palocci, a quem mostrou "o absurdo dessa cobrança". Levando em conta tarifas do Mercosul, essa taxa fica onerosa principalmente para quem paga passagens para a América do Sul, explicou. Carlos Wilson relatou que a Infraero tem sido responsabilizada injustamente, por falta de informação, por praticar tarifa de US$ 36,00, que foi instituída pelo governo Collor quando a paridade do dólar era de um por um em relação ao Real. O objetivo da medida, àquela época, era inibir a saída de divisas para o exterior.

Carlos Wilson afirmou que se trata de uma taxa exagerada. "Quando a gente pretende ter um país que movimente mais de nove milhões de turistas até o final dos quatro anos do governo do presidente Lula, essa taxa é impeditiva. Então, é uma taxa também injusta porque ela não é nem usada para divulgação do país". A metade do valor, US$18,00, fica com o Tesouro Nacional para pagamento de dívidas. "E não é a divida que vai estimular a vinda de turistas para o nosso país", afirmou Wilson.

O restante é dividido entre o Comando da Aeronáutica e a navegação aérea. Carlos Wilson disse que, além disso, o ministro do Turismo, Walfrido Mares Guia, tem insistido que parte dessa tarifa seja usada para a Embratur, bem como a Infraero e as entidades ligadas ao turismo.

Em contrapartida, a tarifa doméstica, em torno de R$ 9,00, é uma das mais baixas do mundo. O presidente da Infraero assegurou que seu desejo é de que a taxa de embarque não fique concentrada nas mãos das companhias aéreas mas que seja recolhida também pelas agências de viagens, para que haja melhor acompanhamento e a Infraero possa receber a taxa que é paga pelos passageiros.