Recuperação do sistema ferroviário prevê investimento R$ 1,6 bi até 2009

27/10/2004 - 18h41

Rio, 27/10/2004 (Agência Brasil - ABr) - O presidente do fundo de pensão da Caixa Econômica Federal (Funcef), Guilherme Lacerda, afirmou que o protocolo firmado com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o fundo do Banco do Brasil (Previ), para reestruturação e consolidação do sistema ferroviário Sudeste/Centro-Oeste, não se encaixa no contexto de uma solução paternalista.

Lacerda atribuiu os problemas do grupo Brasil Ferrovias, do qual a Funcef e a Previ são acionistas, à forma como ocorreram a privatização e o relacionamento com o empresariado, em especial no caso da Ferronorte. O grupo Brasil Ferrovias é integrado pelas empresas Brasil Ferrovias, Ferronorte, Ferroban e Novoeste.

Os investimentos previstos no período 2004/2009 para a reestruturação do sistema, que envolve a criação de dois novos corredores de transporte – de bitola estreita e larga, em substituição aos atuais – totalizam R$ 1,633 bilhão, dos quais R$ 446 milhões serão direcionados à recuperação da via permanente, R$ 848 milhões para compra de locomotivas e vagões, e R$ 339 milhões para manutenção da frota existente. O presidente da Funcef revelou que R$ 140 milhões serão investidos ainda em 2004, apesar de as empresas estarem em situação financeira muito deficiente. Em 2005, deverão ser aplicados R$ 400 milhões.

O protocolo de intenções firmado hoje dá ao BNDES participação de 31% no capital social da Ferronorte, o que será efetivado com a subscrição de ações da companhia, por meio da conversão de parte da dívida com o banco e da integralização de novos recursos. O volume inicial de recursos previsto no projeto, de R$ 540 milhões, inclui a construção da segunda margem de acesso ao Porto de Santos.