Daniel Dutra
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Em assembléia realizada hoje em Brasília, os servidores do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) em Brasília votaram pelo fim da greve, que já durava 26 dias. No entanto, eles ainda permanecerão em "estado" de greve por 72 horas, para que seja assinado o termo que atende as reivindicações da categoria.
"O acordo é a reafirmação do que foi firmado no ano passado. A gente espera que, dessa vez, o governo cumpra com o que ele assina. Se não cumprir, os servidores do Ibama estão mobilizados em todo o território nacional para que a greve volte", afirma o presidente da Associação dos Servidores do Ibama (Asibama), Jonas Corrêa. Dos seis pontos apresentados pelo comando de greve, dois são prioritários: receber a mesma gratificação paga aos servidores da Agência Nacional de Águas (ANA) e o enquadramento dos aposentados na carreira de especialista em meio ambiente.
Apesar de a votação ter ocorrido em Brasília, a expectativa é de que as assembléias estaduais sigam a decisão. "Nós estivemos reunidos com representantes de 25 estados. A idéia é que esse indicativo seja seguido pelas assembléias desses estados. Da mesma forma, a gente espera que se tiver que retomar o movimento, também os estados o façam em seguida", observa Elisabeth Uema, do comando nacional de greve.
No começo do mês, o Ibama sinalizou um reajuste de 35% para os servidores. Os grevistas elaboraram uma contraposta, que pedia a antecipação da gratificação em dois meses do calendário indicado pelo órgão. Para a obtenção do benefício de 35%, a data sugerida pelo Conselho de Gestão do Ibama foi janeiro de 2006. O comando quer que em novembro de 2004 sejam concedidos 15%, em junho de 2005, 30% e feche em 35% até novembro de 2005.
Os servidores entraram em greve no dia 29 de setembro. Investimentos que necessitavam de licenciamentos ambientais foram prejudicados com a paralisação. Foi comprometida também a fiscalização de produtos de origem florestal para exportação e importação, bem como pneus, automóveis e produtos pesqueiros.